Energia renovável: o potencial brasileiro para geração de energia limpa
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Quase metade da energia produzida no Brasil é proveniente de fontes renováveis, ou seja, recursos capazes de se refazer naturalmente no meio ambiente, em pouco tempo.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a matriz brasileira é uma das mais renováveis do mundo, com uma proporção de 48%.
O número é promissor, principalmente se compararmos o país com o resto do mundo, que gera a maior parte de sua energia a partir de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral e gás natural), fontes não renováveis.
Na matriz elétrica nacional, a participação de fontes renováveis costuma ficar em torno de 80% do total, com destaque para a hidrelétrica, que sozinha responde por quase 64% da energia gerada no país, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Matriz energética brasileira
A matriz energética de um país corresponde à quantidade de energia disponível para suprir as demandas energéticas, bem como a sua origem (fonte renovável ou não renovável).
Dessa forma, é por meio dela que é possível captar e distribuir energia para as residências, setores comerciais e industriais.
Principais matrizes energéticas do Brasil:
- Energia hidráulica: é a matriz mais utilizada no país;
- Combustíveis fósseis: quase metade da energia nacional é proveniente de energias renováveis, mas a outra metade vem de fontes não renováveis, ou seja, combustíveis fósseis;
- Biomassa: é toda matéria orgânica de origem vegetal ou animal utilizada na produção de energia;
- Energia eólica: o Brasil é um dos países com maior capacidade de produção de energia eólica na América Latina;
- Energia solar: uma das fontes renováveis disponíveis mais promissoras no Brasil.
Potencial brasileiro
O grande potencial brasileiro de produção de energia renovável se explica pelo clima, agricultura e distribuição hídrica do país. E, por isso, o Brasil tem condições de gerar uma energia cada vez mais limpa.
O Brasil recebe mais de 2.200 horas de irradiação solar por ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Se tudo isso fosse aproveitado, o país teria condições de gerar 15 trilhões de megawatts de energia.
Quando partimos para o potencial eólico, constatamos que o país teria condições de gerar 3 vezes mais energia que o atual parque nacional gerador de energia elétrica, com todas as fontes disponíveis.
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o potencial brasileiro é de cerca de 500 gigawatts.
Outra fonte com grande potencial é a biomassa. Um estudo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) mostrou que, se todas as fontes de biomassa do Nordeste fossem usadas, conseguiríamos produzir cerca de 55.000 GWh por ano.
Mas apesar dos números promissores e do grande potencial nacional, por que o país está longe de conseguir aproveitar toda sua capacidade de geração de energia renovável?
Energia renovável no cenário brasileiro
As energias renováveis contribuem diretamente para a diminuição de impactos ambientais e podem ser mais econômicas.
Energia Hidráulica
Devido ao seu enorme potencial hídrico, o Brasil historicamente foca seus investimentos em hidrelétricas.
Esse tipo de energia é obtida pelo aproveitamento do potencial gravitacional da água corrente e de quedas d’água. Assim, quando utilizada para gerar eletricidade passa a ser chamada de energia hidrelétrica.
Fonte limpa e renovável de energia, a hidráulica não emite gases do efeito estufa (como a queima de combustíveis fósseis) e a água ainda é um recurso constantemente reposto pela natureza.
De acordo com a ANEEL, estão em operação no Brasil 739 centrais geradoras hidrelétricas, 425 pequenas centrais e 219 usinas hidrelétricas, que são responsáveis por 109,3 gigawatts (GW) de capacidade instalada em operação.
Além disso, três das usinas no país estão entre as dez maiores do planeta – Itaipu Binacional (14.000 MW, divididos entre Brasil e Paraguai), Belo Monte (11.233 MW) e Tucuruí (8.370 MW).
Biogás
Esta é outra fonte de energia considerada abundante e inesgotável. O biogás é composto, principalmente, de metano e dióxido de carbono.
Sua produção consiste na conversão da energia química do gás em energia mecânica, a partir da decomposição da matéria orgânica por bactérias.
Assim, na usina, dentro dos equipamentos, o material orgânico é otimizado e o metano entra em combustão para gerar a energia.
Uma das grandes vantagens do biogás é a possibilidade de dar um destino adequado para o esgoto doméstico, os resíduos agrícolas, os resíduos orgânicos e sólidos urbanos, que geralmente são descartados de forma incorreta e, assim, agem como poluentes do meio ambiente.
De acordo com a Associação Brasileira de Biogás (Abiogás), os resíduos provenientes das usinas de açúcar e etanol (vinhaça, palha da cana e torta de filtro) são considerados os mais promissores para geração de biogás e biometano.
Ainda segundo a Abiogás, o potencial energético do biogás e do biometano é de mais de 100 milhões de m³ de gás por dia, o que poderia substituir quase 70% do diesel consumido no país.
Regulamentado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o biogás pode ser vendido nos postos de combustíveis e injetado em gasodutos, além de abastecer as frotas de caminhões, por exemplo.
Energia Solar
Embora ainda não tenha grande representatividade na matriz brasileira (1,9%), a energia solar é uma das fontes renováveis mais promissoras do país.
A energia fotovoltaica, ou energia solar, consiste na conversão da radiação solar em eletricidade, que acontece por meio de um sistema fotovoltaico. Ou seja, os raios solares captados são convertidos pelos painéis solares.
Uma das vantagens desse tipo de fonte é que, independente da frequência da radiação, a energia pode ser gerada todos os dias, inclusive em dias chuvosos e nublados.
A energia solar é mais constante e consistente e, por isso, é a fonte alternativa mais previsível, já que, ao contrário da hídrica e da eólica, a luz do sol nunca está em falta.
A energia solar não polui e possui vida útil elevada. Isso porque a duração de um sistema de energia solar, bem como seus painéis solares fotovoltaicos, é de cerca de 25 anos.
Conheça as oportunidades do BRDE de investimento em energia renovável
Impactos da energia renovável
As hidrelétricas já não conseguem acompanhar o crescimento da demanda de energia no Brasil, embora seja responsável por quase 64% na matriz energética do país.
Por isso, outras fontes de energia renovável, como a solar e a eólica, cresceram significativamente em 2020 e possuem um enorme potencial de crescimento para a próxima década.
Essas informações são de um estudo do Ministério de Minas e Energia, apresentado no seminário Energias Renováveis e Desenvolvimento, promovido pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), entre 16 e 18 de agosto.
Essas fontes renováveis ganham ainda mais importância diante do crescimento da demanda e dos períodos de escassez hídrica, como o que o país está enfrentando.
O diretor do Departamento de Informações e Estudos Energéticos do Ministério de Minas e Energia, André Luiz Rodrigues Osório, colocou que, com o crescimento significativo da energia eólica e solar, a previsão é de que essas duas fontes consigam compensar a participação hidrelétrica na matriz brasileira.
Desafios do setor
O acesso à energia limpa é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A meta é garantir energia renovável, confiável e sustentável para todos, a preço acessível, até 2030.
No entanto, países caminham a passos lentos nessa direção, inclusive o Brasil, que apesar do seu enorme potencial comprovado, enfrenta obstáculos, a maioria ligados a fatores econômicos.
Isso porque, embora no longo prazo as fontes renováveis consigam reduzir as tarifas de energia, os investimentos iniciais para implantação são maiores.
Investimentos no setor
De acordo com o Relatório de Tendências Globais de Investimento em Energia Renovável de 2020, do Programa das Nações Unidas pelo Meio Ambiente (Pnuma) em parceria com a Bloomberg NFE, os custos para instalação de energia limpa diminuíram.
A queda, segundo o estudo, é uma oportunidade de recuperação econômica após a pandemia gerada pelo novo coronavírus.
De acordo com o Departamento de Informações e Estudos Energéticos do Ministério de Minas e Energia, o Brasil tem uma forte projeção de investimento em energia limpa para a próxima década, que chegará a R$ 2,68 trilhões.
A intenção com isso é elevar para 86% as fontes de energia renováveis da matriz brasileira.
Ações nos estado
Um dos painéis realizados no Seminário Energias Renováveis e Desenvolvimento, promovido pelo BRDE, reuniu os governos dos estados do Sul, com o objetivo de debater as políticas do setor público.
Na ocasião, o secretário-adjunto de Meio Ambiente e Infraestrutura do RS (SEMA), Guilherme de Souza, destacou que o Rio Grande do Sul apresenta 81% de suas fontes energéticas renováveis, com a geração eólica responsável por 20%.
Também presente, o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná, Márcio Nunes, falou da criação do programa Paraná Energia Sustentável, voltado para a geração de energia limpa e renovável.
Márcio ainda destacou iniciativas do governo para facilitar a implementação de novos empreendimentos de caráter sustentável, onde conseguiram licenciar R$ 85 bilhões.
Por fim, o secretário Executivo do Meio Ambiente de Santa Catarina, Leonardo Schorcht Bracony Porto Ferreira, colocou que o estado vem trabalhando no desenvolvimento de 427 empreendimentos voltados para energia elétrica.
O secretário ainda destacou o investimento em bioenergia. Santa Catarina já tem a política estadual do Biogás desde 2018.
Financiamentos BRDE
Na abertura do primeiro dia do seminário, a diretora-presidente do BRDE, Leany Lemos, destacou que os projetos de fontes renováveis de energia são temas estratégicos para o Banco, mas igualmente para o desenvolvimento da região Sul.
O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) é uma instituição de fomento criada pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com o objetivo de fazer o Sul do Brasil prosperar.
Somente de janeiro a setembro de 2020, financiou R$ 2,2 bilhões para projetos na região Sul que beneficiaram empresas de todos os setores da economia.
Fonte: Gazeta do Povo