Os investimentos em energia solar podem superar os investimentos em todas as outras fontes de geração de energia combinadas até o fim deste ano, informou a Agência Internacional de Energia (AIE), da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), sediada em Paris, em um relatório anual divulgado na quinta-feira (6).
O investimento “em tecnologia solar fotovoltaica deve ultrapassar US$ 500 bilhões (R$ 2,6 trilhões) em 2024, superando todas as outras fontes de produção (de eletricidade) combinadas”, estima a AIE.
Como aconteceu em 2023, espera-se que a energia solar atraia mais investimentos do que a geração de eletricidade a partir de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), energia eólica, energia nuclear e represas.
Apesar do aumento das taxas de juros, que estão impedindo novos projetos, principalmente nos países do hemisfério sul, “o investimento global em energia limpa deve quase dobrar o investimento em combustíveis fósseis até 2024, graças à melhoria das cadeias de suprimentos e à redução dos custos das tecnologias limpas”, detalha o relatório.
Painéis fotovoltaicos mais baratos
De acordo com a AIE, o custo dos painéis fotovoltaicos caiu 30% nos últimos dois anos. A previsão é de que até 2024 o mundo gastará US$ 2 trilhões (mais de R$ 10 tri) em equipamentos de energia limpa (solar, eólica e nuclear, veículos elétricos, redes e armazenamento de eletricidade, combustíveis de baixo carbono, eficiência energética, bombas de calor): o dobro do valor gasto em combustíveis fósseis (US$ 1 trilhão).
O investimento em extração e produção de petróleo e gás deve chegar a US$ 570 bilhões este ano (+7% após 9% em 2023). No ano passado, o investimento em eletricidade renovável e redes “excedeu o valor gasto em combustíveis fósseis pela primeira vez”, segundo a agência.
“Os investimentos em energia limpa estão estabelecendo novos recordes, mesmo em condições econômicas difíceis, o que destaca a dinâmica da nova economia global de energia”, disse Fatih Birol, diretor executivo da AIE.
É preciso investir mais
Entretanto, a AIE ressalta que “há desequilíbrios significativos no investimento”. Excluindo o gigante chinês, os US$ 300 bilhões planejados para 2024 nas economias emergentes e em desenvolvimento estão muito aquém “do que é necessário para atender à crescente demanda por energia em muitos desses países”.
“É preciso fazer mais para garantir que o investimento seja direcionado para onde ele é mais necessário”, argumenta Birol.
Os governos e as empresas estão aumentando o investimento em energia limpa para reduzir as emissões de gases de efeito estufa provenientes de combustíveis fósseis, que estão aquecendo o planeta. De acordo com a AIE, o investimento deve ser dobrado para triplicar a capacidade de energia renovável até 2030.
Fonte: rfi