Investimento em renováveis somam US$ 174 bilhões no 1º semestre de 2021

Para Leandro Martins, presidente da Ecori, a demanda mundial para as renováveis deve continuar por décadas.

Investimento em renováveis somam US$ 174 bilhões no 1º semestre de 2021

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De acordo com o relatório Renewable Energy Investment Tracker, divulgado pela BNEF (BloombergNEF), novos investimentos em projetos e empresas de energia renovável totalizaram US$ 174 bilhões no primeiro semestre de 2021.

Este é o maior total já registrado nos primeiros seis meses de qualquer ano, e 1,8% a mais do que durante o mesmo período do ano anterior, embora esteja 7% abaixo do limite máximo estabelecido no segundo semestre de 2020, apontou estudo.

Entre os principais contribuintes para este crescimento, estão o capital levantado em mercados públicos, que atingiu US$ 28,2 bilhões – alta de 509% em relação ao ano passado – assim como os compromissos de capital de risco e privado para companhias sustentáveis, que alcançaram US$ 5,7 bilhões.

Segundo a pesquisa, as empresas China Three Gorges Renewables, que arrecadou US$ 3,5 bilhões, a fabricante LONGi Green Energy Technology, que obteve US$ 2,4 bilhões, e a Plug Power, com US$ 2 bilhões, estão entre as maiores ofertas de ações.

Para Leandro Martins, presidente da Ecori, a demanda mundial para as renováveis vem crescendo a cada ano e esse movimento deve continuar por décadas. “A chamada economia verde se tornou necessidade para a maioria dos que estão comprometidos com a redução da emissão de carbono”, disse.

Na visão do executivo, economias gigantes como a China, devem atingir a meta de se tornarem carbono neutro até 2060. “Para financiar tais projetos que contribuem para que os países cumpram seus compromissos, tanto os fundos privados, como governamentais, mostram apetite no financiamento dos mesmos”.

“No Brasil, este movimento não está diferindo com grandes grupos bancários, por exemplo, aumentando o portfólio de produtos financeiros destinados à energia fotovoltaica. No âmbito federal, um crescimento de oferta, como o plano safra, são facilitadores da expansão do setor renovável com taxas de juros mais atrativas que outras linhas de financiamento de prateleira”, ressaltou Martins.
Investimento em solar cresce
De acordo com a BNEF, o aporte em projetos solares cresceu 9% ano-a-ano. Ao total, foram investidos US$ 78,9 bilhões no primeiro semestre de 2021. Na China, por exemplo, arrecadaram US$ 4,9 bilhões no segundo trimestre, ante US$ 2,8 bilhões no primeiro.

O aumento foi em grande parte impulsionado por grandes financiamentos sem subsídios em escala de gigawatt, desenvolvidos por empresas estatais como a China Energy Investment Corp e Huanghe Hydropower, que devem ser comissionados este ano.

Já nos Estados Unidos, o aporte em projetos fotovoltaicos de grande escala aumentou para US$ 6,4 bilhões no segundo trimestre de 2021, ante US$ 5,3 bilhões no primeiro, devido ao fechamento de várias usinas de grande porte.

“A grande contribuição vem da aceleração da transição energética baseada no desenvolvimento sustentável. Com a finalidade de fortalecer suas metas para combater as mudanças climáticas, vários países já definiram suas metas para neutralização do carbono. Isso já é consenso global”, enfatizou Derek Wang, gerente de vendas da Znshine Solar.

“Somado a isso, a competitividade das tecnologias renováveis, em comparação à energia produzida a partir de combustíveis fósseis, também impulsionou a alta do setor. Ultimamente, a China lançou o maior mercado de carbono do mundo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Essa iniciativa também irá atrair mais ainda investimentos em renováveis, principalmente a solar, por tratar-se de uma tecnologia mais acessível”, completou.

‘Fundos em circulação’
Os chamados ‘fundos em circulação’, que incluem refinanciamento de projetos de energia renovável, fusões e aquisições, totalizaram US$ 68,3 bilhões nos primeiros seis meses de 2021, quase 18% a mais que no ano anterior.

“À medida que a transição energética se acelera, os investidores estão cada vez mais procurando maneiras de aumentar a exposição de seu portfólio às renováveis e áreas relacionadas, como armazenamento e hidrogênio”, comentou Logan Goldie-Scot, chefe de energia limpa da BNEF.

“Este primeiro semestre recorde para a arrecadação de fundos para fontes limpas ressalta a força do apetite por oportunidades de investimento sustentável alinhadas a um futuro líquido zero”, concluiu.

Albert Cheung, chefe de análise da BloombergNEF, também discorreu sobre o assunto e destacou que o investimento em renováveis resistiu aos efeitos da pandemia global, em contraste com outros setores da economia de energia, onde foi vista uma volatilidade sem precedentes.

“Porém, um aumento de 1,8% ano-a-ano não é nada digno de nota. É necessária uma aceleração imediata no financiamento se quisermos entrar no caminho para o zero líquido global”, finalizou.

Fonte: Canal Solar

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