O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontou que o apagão de 15 de agosto foi causado por falha no desempenho de equipamentos em usinas solares e eólicas. O evento teria provocado um “efeito dominó”, ocasionando o desligamento das linhas de transmissão no país.
As informações estão detalhadas em um relatório de análise de perturbação (RAP), disponibilizado nessa segunda-feira (25/9). No entanto, a versão final do documento será entregue até 17 de outubro.
O ONS explica que os equipamentos deveriam compensar automaticamente a queda de tensão decorrente do desligamento da linha de transmissão Quixadá-Fortaleza II, no Ceará, porém o desempenho não ocorreu como previsto.
O operador destacou que a diferença nos dados fornecidos, inicialmente, dificultou a identificação prévia do sistema de Proteção de Perda de Sincronismo (PPS), uma forma de proteger o sistema elétrico de possíveis falhas.
Dessa forma, sem os dados concretos, todo o Sistema Interligado Nacional (SIN) foi afetado pela falta de energia em 15 de agosto. No total, 25 estados e o Distrito Federal foram afetados. Apenas Roraima não foi atingida, pois gera a própria energia por meio de termoelétricas que não fazem parte do SIN.
Possíveis melhorias
Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS, afirma que o relatório servirá como base para ações de garantia da segurança na distribuição de energia. Ele também ressaltou a importância da geração renovável, por meio das usinas solares ou eólicas.
“As renováveis representam solução de energia limpa e barata, um ingrediente fundamental para a transição energética justa que queremos e estamos trabalhando nesta direção”, disse Ciocchi.
No RAP, o ONS expõe que irá apresentar à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) novos métodos para envio e aprovação pelas usinas.
“Propor à Aneel novos procedimentos para o envio dos modelos matemáticos das usinas e seus controles adequadamente validados, visando assegurar reprodução fidedigna dos seus desempenhos em campo, tanto no processo de integração de novas usinas quanto em todo o ciclo de vida”, diz trecho do documento.
Fonte: Metrópoles