Queda de luz não precisa ser sinônimo de prejuízo: sistemas híbridos de energia solar podem ser a solução

Nos primeiros 50 dias de 2024, o Brasil adicionou pouco mais de 2 GW de potência instalada, um volume que representa cerca de 20% do crescimento projetado inicialmente pela entidade para o ano, que é em torno de 10 GW.

Por Bruno Catta Preta*

As chuvas de março que fecham o verão costumam provocar transtornos, especialmente nos grandes centros urbanos, como alagamentos, complicações no trânsito e interrupções de energia provocadas por quedas de postes e árvores.

Antes mesmo do verão começar, no fim do ano passado, cerca de 500 mil moradores da Grande São Paulo ficaram sem energia elétrica, por mais de 50 horas, devido às fortes chuvas e ventos de até 100km/h que atingiram a região no dia 3 de novembro.

Naquela ocasião, muitos comerciantes tiveram um enorme prejuízo. Uma padaria no bairro Vila da Saúde, em São Paulo, que trabalhava com uma grande quantidade de alimentos e bebidas perecíveis, perdeu boa parte do estoque por causa da falta de energia em suas geladeiras. A loja ficou sem luz por três dias após um poste explodir durante a oscilação na rede elétrica.

Olhando para trás, o exemplo é válido para evitar problemas no futuro. Cada vez mais caindo no gosto dos consumidores, a energia solar não depende 100% da rede elétrica do poste.

Além disso, em casos de falhas no fornecimento, os moradores e pequenos comerciantes que possuem sistemas fotovoltaicos podem optar pela instalação de equipamentos híbridos e reduzir ainda mais o risco de ter eletrodomésticos essenciais danificados, ou a perda de produtos que necessitem de refrigeração, como alimentos, bebidas e alguns medicamentos.

A relação custo-benefício merece ser avaliada. Quem possui uma conta de luz de cerca de R$ 500, em São Paulo, e deseja instalar esse modelo de sistema fotovoltaico híbrido, deve desembolsar em torno de R$ 50 mil. O kit seria suficiente para abastecer seis tomadas – ligadas a aparelhos como modem de internet, computador, TV e carregador de celular – uma geladeira e 12 lâmpadas, por um período de até 12 horas.

Para efeito de comparação, só os valores dos sistemas fotovoltaicos tradicionais, sem as baterias, para o mesmo consumo de energia, partem de R$ 14 mil e podem ajudar a prevenir falhas na rede elétrica durante o dia, quando há luz solar.

Aqui cabe uma recomendação: em caso de falta de energia na rede elétrica por muito tempo, é necessário que a pessoa ou comerciante otimize o espaço na geladeira. Equipamentos com compressores e motores necessitam de uma grande quantidade de energia no momento do arranque então, se tiver mais do que uma geladeira, o recomendável é que apenas uma fique ligada. Ok?

O tempo de duração da carga das baterias do sistema vai depender da sua potência. As mais recomendadas para sistemas híbridos são as de íon-lítio. Para o cálculo que fizemos, usamos como base a bateria da marca SOLAX modelo 5,8kWh -T- BAT-SYS-HV-V2. A vida útil pode ser de até 10 anos, dependendo das condições de uso, temperatura e modelo específico.

Em paralelo à idade das baterias, como a expectativa de vida útil dos módulos é de 25 anos, o sistema de energia solar é um investimento que se paga ao longo do tempo. Em São Paulo, por exemplo, leva menos de 5 anos para quitar o valor total. Vale lembrar que a economia na conta de luz pode chegar a 90% no fim do mês, o que também contribui para o pagamento do equipamento.

Atualmente o Brasil tem 37,2 GW instalados em energia solar, o que corresponde a 16% de toda a energia produzida, de acordo com a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Nos primeiros 50 dias de 2024, o Brasil adicionou pouco mais de 2 GW de potência instalada, um volume que representa cerca de 20% do crescimento projetado inicialmente pela entidade para o ano, que é em torno de 10 GW.

Isso confirma que cada vez mais os brasileiros estão acreditando na energia solar e nos ganhos que ela proporciona para conforto, economia, sustentabilidade e segurança, inclusive, na prevenção contra imprevistos provocados pelo clima.

*Bruno Catta Preta é diretor de relações institucionais da Genyx Solar Power.

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