Solar Fotovoltaica em Tempos de Crise Climática

Para alcançar a meta de 1,5°C, é necessária uma transformação em larga escala na forma como produzimos e consumimos energia. No entanto, os compromissos e planos atuais estão aquém do necessário, resultando em um déficit de emissões de 16 Gt em 2050.

O cenário atual de mudanças climáticas é crítico, e as recentes crises globais, como a pandemia de COVID-19, a instabilidade na Ucrânia e o conflito entre Israel e Palestina, agravaram ainda mais os desafios que enfrentamos. As consequências desses eventos têm chamado a atenção para a necessidade premente de acelerar a transição energética e a importância da energia solar fotovoltaica nesse contexto.

A meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C, conforme estabelecido no Acordo de Paris, exige uma redução significativa nas emissões de dióxido de carbono (CO2). O caminho para alcançar esse objetivo é claro: é necessário reduzir as emissões em cerca de 37 gigatoneladas (Gt) a partir dos níveis de 2022 e atingir emissões líquidas zero no setor energético até 2050. A boa notícia é que a energia solar fotovoltaica desempenha um papel crucial nessa jornada.

Apesar de alguns avanços, ainda existem lacunas significativas entre o progresso atual na adoção de tecnologias de energia renovável e os níveis necessários para atingir as metas do Acordo de Paris. Para alcançar a meta de 1,5°C, é necessária uma transformação em larga escala na forma como produzimos e consumimos energia. No entanto, os compromissos e planos atuais estão aquém do necessário, resultando em um déficit de emissões de 16 Gt em 2050.

As Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC), estratégias de desenvolvimento de baixas emissões de gases de efeito estufa a longo prazo (LT-LEDS) e metas de zero emissões líquidas têm o potencial de reduzir as emissões de CO2 em 6% até 2030 e 56% até 2050 em comparação com os níveis de 2022, desde que sejam devidamente implementadas e apoiadas por políticas e financiamento adequados.

A transição energética requer um aumento substancial na capacidade de energia renovável. Em 2022, cerca de 300 GW de energia renovável foram adicionados globalmente, representando 83% da nova capacidade, em comparação com 17% para combustíveis fósseis e nucleares combinados. Esse aumento na capacidade de energias renováveis resulta no aumento de empregos no setor, que registrou aproximadamente 13 milhões de vagas em 2021. Praticamente dois terços das vagas estão na Asia, com a China respondendo por 42% do total global. União Europeia e Brasil vem atrás, com 10% cada.

O setor de energia solar fotovoltaica apresentou o maior crescimento em número de vagas de emprego, encerrando 2021 com 4,3 milhões de vagas, correspondendo a mais de um terço da força de trabalho alocada no setor de energias renováveis. É importante observar que, até 2030, estima-se que sejam criadas mais de 38 milhões de vagas no setor de energias renováveis em um cenário ambicioso de transição energética com investimentos antecipados.

O número de empregos no setor da energia poderá aumentar para 139 milhões, incluindo mais de 74 milhões em eficiência energética, veículos elétricos, sistemas de energia/flexibilidade e hidrogênio. No entanto, tanto o volume quanto a participação das energias renováveis precisam crescer substancialmente para atingir nossas metas climáticas. Isso é tecnicamente viável e economicamente sustentável.

Embora tenhamos visto avanços em adições de capacidade de energia renovável, o mesmo período viu um aumento nos subsídios aos combustíveis fósseis, o que mostra a necessidade de uma ação mais decisiva. Os investimentos em energias renováveis e eficiência energética são fundamentais para atingir as metas climáticas, bem como garantir a segurança energética e acessibilidade. Os governos devem redobrar seus esforços para garantir que os investimentos estejam alinhados com os objetivos climáticos.

A transição energética é mais crucial do que nunca. O uso da energia solar fotovoltaica desempenha um papel central na busca pela meta de 1,5°C, e as ações que tomamos agora terão um impacto duradouro nas futuras gerações. A necessidade de acelerar essa transição é evidente, e a energia solar fotovoltaica é uma das chaves para enfrentar os desafios da crise climática. Cada módulo fotovoltaico instalado nos aproxima um passo mais perto de um futuro mais sustentável e seguro.

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