Brasil cai quatro posições em ranking global de atratividade em renováveis, diz EY

País caiu para 13º no Índice de Atratividade de Países em Energia Renovável da consultoria.

Brasil cai quatro posições em ranking global de atratividade em renováveis, diz EY

Recentes

Teste os nossos serviços agora

Entre em contato com um de nossos representantes e entenda como iremos potencializar seus negócios.

BRASÍLIA — O Brasil é o 13º país no ranking global de atratividade de investimentos em energia renovável, após cair quatro posições no último ano, mostra um estudo da empresa de consultoria EY.

A 59ª edição do Índice de Atratividade de Países em Energia Renovável aponta que, apesar da queda no ranking geral, o Brasil segue como líder na América Latina no que diz respeito à capacidade de geração de energia renovável, com 158 GW em 2021.

O estudo alerta, ainda, para a dependência em hidrelétricas — o que deixa o Brasil vulnerável a secas, como aconteceu no ano passado. A fonte, sozinha, representa 58% de toda a energia gerada no país.

Para amenizar este cenário, os consultores avaliam que a abertura do mercado começa a mostrar seus efeitos positivos na adesão de novos consumidores a eólica e solar.

“Nesse sentido, a energia eólica, que representa 11% da capacidade energética total do país, ganha destaque. Isso porque existe capacidade interna para manufaturar sistemas de geração eólica, e, consequentemente, empresas são frequentemente financiadas por entidades como o BNDES e o Banco do Nordeste”, diz a consultoria.

“Em contrapartida, como os painéis solares de captação de energia são importados, majoritariamente da China, isso transforma o câmbio em um desafio às empresas que trabalham com esses equipamentos e o financiamento pelos bancos de desenvolvimento torna-se inviável”, completa.

Dependência hidrelétrica na AL
Na América Latina, destaque também para Chile e México que vêm avançando em novas regulamentações, infraestruturas e buscando fontes de financiamento.

O Chile, por exemplo, vem se modernizando para ser capaz de produzir hidrogênio verde a US$ 1,05/kg até 2030, como forma de reduzir a dependência em combustíveis fósseis.

Já o México possui um dos maiores potenciais energéticos solares do mundo e um alto potencial para captar energia eólica.

O relatório da EY, aponta, entretanto, que o governo vem promovendo reformas para restabelecer o controle estatal do setor, o que representaria uma ameaça à indústria energética renovável no país. Vale dizer: A França também está seguindo nesta direção, enquanto enfrenta uma crise de energia que se espalha em todo o continente europeu.
Assim como o Brasil, a Argentina também busca reduzir sua dependência em hidrelétricas e visa atingir 25% de geração elétrica a partir de fontes renováveis não hídricas até 2030.

Enquanto a Colômbia teria experimentado apagões no ano passado durante o período de seca, não fosse o fechamento de inúmeras fábricas em decorrência da pandemia.

“Os dois países precisam investir fortemente em suas capacidades de transmissão de outras fontes de energia para conseguirem se desvencilhar da dependência hídrica”, comenta a EY.

Desafios globais
Produzido desde 2003, o índice classifica os 40 principais mercados do mundo em relação à atratividade de seus investimentos em energia renovável, parte fundamental da transição energética, e às oportunidades de implantação. As classificações refletem as avaliações da EY sobre a atratividade e as tendências do mercado global.

A pesquisa atual traz os Estados Unidos, a China e o Reino Unido na liderança do ranking e aponta o último ano como desafiador ao setor de energia em escala global, resultando em alta demanda e problemas na entrega do produto final aos consumidores.

“No cenário global, percebeu-se uma escalada na demanda por gás natural no último ano, uma vez que o produto se tornou essencial para suprir demandas em múltiplos mercados. Enquanto na América Latina a matriz energética foi importante nos períodos de seca, na Ásia, o gás natural foi importante para suprir as cadeias produtivas durante a crise causada pela pandemia”, diz o relatório.

A guerra na Ucrânia colocou ainda mais pressão no preço do gás natural e causou uma enorme volatilidade nos preços, afetando, principalmente, os países europeus, altamente dependentes da matriz energética proveniente da Rússia.

No Reino Unido, o preço saltou 367% entre abril de 2021 e fevereiro de 2022. De acordo com o estudo da EY, o preço do gás deve continuar alto no médio prazo, uma vez que projetos de infraestrutura que garantam às pessoas o acesso a energias alternativas levam tempo até serem concluídos.

“Espera-se que essa situação ajude a estimular o desenvolvimento de fontes alternativas de energia renováveis e combustíveis emergentes, como o hidrogênio azul e o verde. Mas é um processo que levará tempo, visto que tal forma de energia ainda precisa ser comercializada”.

“Os passos para reduzir a porcentagem do gás na produção de energia também incluem a eletrificação do aquecimento doméstico, bem como o aumento da energia eólica, solar e outras fontes de energia renováveis”, conclui.

Fonte: epbr

Compartilhe esse artigo em suas redes:

Mais Lidas