Brasil deve fechar 2023 em 6° lugar entre os países que mais geram energia solar

País conquistou o 8° lugar com o recorde de produção de 24GW em 2022; especialista aposta que brasileiros vão subir ainda mais no ranking.

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“Ao infinito e além”, do querido personagem Buzz Lightyear, poderia ser o lema dos brasileiros quando o tema é energia solar. Pela primeira vez, o Brasil entrou no ranking dos 10 países com maior potência instalada de fonte solar fotovoltaica. O 8º lugar foi conquistado com o recorde de produção de 24GW em 2022. Mas a previsão é que o país suba ainda mais nessa lista. “Nós já estamos em 27GW. Praticamente 1GW por mês. Vamos acabar o ano na 6ª posição, passando Itália e Austrália”, indica Bruno Catta Preta, diretor de relações institucionais da Genyx e coordenador regional da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar-MG).

Dentro deste mercado, Minas se destaca como o Estado que mais produz energia solar no país, segundo dados levantados em março deste ano pelo Sistema de Informação de Geração (SIGA) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Na geração centralizada (GC), quando grandes usinas transmitem para consumidores distantes, MG lidera com folga produzindo 2GW de energia. E em geração distribuída (GD), aquela no local de consumo ou próximo a ele, perdeu somente em fevereiro deste ano o posto de liderança que mantinha desde 2016. São Paulo ultrapassou o Estado com 2,8GW contra 2,46GW dos mineiros.

Segundo Catta Preta, alguns fatores ajudam a explicar o protagonismo mineiro no setor. O primeiro deles é a grande disponibilidade de terra. O Estado tem o maior número de municípios: são 853. “Todos eles têm pelo menos uma instalação de energia fotovoltaica”, garante o coordenador da Absolar-MG.

Outro fator é o excelente índice solarimétrico, que mede quantidade de luz solar incidente, principalmente no Norte de Minas. “Nessa região, já existia muita diversidade de terras, mas eram áridas, sem uso para a agricultura e pecuária. As pessoas tinham terra de herança e não sabiam o que fazer. Com energia solar, o que era problema virou solução, gerando emprego e renda.”, afirma Catta Preta.

No Norte do Estado concentra-se a produção da geração centralizada (GC) pelas grandes usinas solares. Mas cabe a Uberlândia o primeiro lugar em geração distribuída (GD), com uma potência ainda maior que a dos grandes empreendimentos. “A soma dos pequenos projetos é poderosa. Essa é a magia da energia solar: todo mundo pode ter em casa ou num pequeno comércio”, explica.

Outra questão que pode explicar a liderança de Minas no setor é o fato do Estado ter sido o primeiro do Brasil a ter uma lei estadual, a 22.459/2017, que incentiva a instalação de empreendimentos, dando isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para usinas de até 5MW.

Empresas querem investir mais em Minas
Vanessa Alves, diretora comercial da Energy Brasil, conta que das 507 franquias da empresa, 23 unidades estão em Minas – representando 38% da produção nacional. O empreendimento comercializa kits de instalação de painéis solares para clientes finais, com foco em residências e pequenos negócios. O ticket médio de gastos gira em torno de R$ 37 mil.

A empresa pretende dobrar a quantidade de unidades presentes no Estado. “Temos 23 e pretendemos chegar a 50. Minas é uma região que, até por conta das condições climáticas, sabemos que tem um potencial muito importante”, explica a diretora comercial.

Em 2022, foram mais de 5 mil kits comercializados pela Energy Brasil, o que representa cerca de 63 MW instalados em todo o Brasil. Alves acredita que, além das questões de sustentabilidade, a pandemia impulsionou o brasileiro a buscar alternativas para baratear a conta de luz. “Com as pessoas de home office, mais tempo em casa, aumentou o gasto com energia”, lembra.

Segundo dados do Banco BV, líder no mercado de financiamento de placas solares, a principal procura são para as instalações de baixa potência (até 25kw), com investimentos que variam de acordo com o montante de consumo.

“São demandas tanto de consumidores residenciais, aproximadamente 75%, quanto de pequenos negócios comerciais e industriais, cerca de 25%. Similar à média nacional das instalações informada pela Absolar”, explica Mariana Granata, superintendente de Solar do banco BV.

A procura pelo financiamento solar em 2022 foi 85% superior a 2021, segundo o BV. De 2021 para 2020 esse valor chegou a 203%.

Chineses baratearam produtos

Os chineses podem ter dado um empurrãozinho para o setor da energia solar no Brasil. A China controla cerca de 80% da cadeia de suprimentos para fabricação de energia solar no mundo e produz metade de todos os equipamentos. No Brasil, grande parte dos kits comercializados tem origem chinesa.

Desde 2017, os chineses têm investido em fontes renováveis de energia para transformar a matriz energética de sua indústria, baseada em carvão e gás. Shanxi, conhecida como a capital do carvão, ganhou uma usina de energia solar de 100 hectares. A produção em larga escala dos materiais de energia solar acabou barateando o custo da instalação das placas solares pelo mundo.

Xi Jinping, presidente da China, assumiu o compromisso de neutralizar as emissões de carbono até 2030.

Fonte: O Tempo

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