Ceará articula investimento privado de R$ 8 bilhões em energia solar em 13 cidades
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Para consolidar o hub de energia renováveis no Ceará, a Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) do Estado articula investimentos de R$ 8 bilhões nos próximos anos. Conforme revelado com exclusividade à Rádio CBN Cariri, o montante será convertido na construção de parques de energia solar em 13 municípios cearenses.
A BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, anunciou no último dia 17, obras para usina de energia fotovoltaica nos municípios de Milagres e Mauriti com investimento de R$ 1,1 bilhão. Mas esta não será a única a investir na exploração da matriz solar no Cariri.
A informação foi divulgada em primeira mão pela secretária executiva da indústria da Sedet, Roseane Medeiros. Ela adianta que uma outra empresa “prestes a iniciar a construção” de um novo parque para produção de energia solar na região se fixará, desta vez, no município de Abaiara.
O empreendimento terá capacidade para gerar cerca de 163 megawatts (MW) de energia elétrica com base na luz solar.
“São vários os munícipios no Estado do Ceará, no Interior, que tem um potencial de energia solar muito grande e isso por si só já é um grande atrativo, para além das ações governamentais de incentivo”, reforça Roseane ao destacar que os investimentos do setor não irão se concentrar em uma única região do Estado.
Diante das perspectivas de desenvolvimento no setor, Roseane detalha que o Governo estadual está unindo forças para acelerar a captação de investimentos de outras empresas privadas que tenham interesse na construção de parques de produção de energia com uso de painéis solares.
Sem revelar a quantidade de interessados ou o nome das empresas, a represente do setor industrial afirmou que estão em andamento negociações para instalação de usinas fotovoltaicas em 13 municípios do Estado, incluindo expansão dos parques já existentes. As diversas iniciativas buscam explorar o potencial de geração de energia solar nos munícios de:
- Aquiraz
- Aracati
- Caucaia
- Icó
- Jaguaretama
- Limoeiro do Norte
- Mauriti
- Milagres
- Russas
- São Gonçalo do Amarante
- Sobral
- Trairi
“No total, temos a previsão da construção de parques solares que poderão produzir 2,4 GW de potência energética com uso da luz solar”, declarou Roseane. Ela pontua que ainda não há um prazo definido para que os projetos comecem a ser implementados e destaca que em média são necessários dois anos de análises, fundação da infraestrutura, licenciamento e regulamentação até que a produção de energia possa começar de fato.
Conforme dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, com base no padrão de consumo energético de 2018, a energia a ser gerada no Ceará com os parques a serem instalados será capaz de abastecer cerca de 1,2 milhões de residências. “E diferentemente de outras produções econômicas, essa energia poderá ser consumida em outros estados ou até mesmo em outras regiões do País”, complementa Roseane.
“Nós enquanto Secretaria de Desenvolvimento, temos a missão de apoiar todos esses investimentos, ajudar nos processos de licenciamento. São, em sua maioria, empresas de porte global, que além do impacto econômico direto, realizam um trabalhos social muito grande onde elas se instalam” destacou a secretária executiva do Estado.
Ela define como inevitável a instalação desses investimentos em energias renováveis no Ceará e pontua que o governo busca acelerar o processo. “Não só da matriz fotovoltaica, temos também plantas de energia eólica (em solo e em alto mar) e queremos associar isso aos projetos de usinas de hidrogênio verde que vão precisar dessa energia limpa e que já estão vindo para o Ceará”, detalha.
A energia solar e eólica a ser produzida no Ceará terá três grandes destinos de consumo, entre eles, demanda própria das empresas que irão construir os parques energético, venda em leilões nacionais de energia e venda para usinas de hidrogênio verde. “Nós já vemos isso com empresas alemãs que tem planos bastantes concretos para investir no Estado e comprar essa energia em leilões”, complementa.
O grande potencial natural, os incentivos fiscais e apoio do Estado são fatores de destaque que irão impulsionar a captação de investimentos relacionados a fontes renováveis de energia no Ceará. “Nosso o objetivo não é só incentivar os parques, a produção em si, mas estimular toda a cadeia econômica, porque isso movimenta a economia local, principalmente o setor de serviços e comércio”, reforça.
Com a média de 4 mil empregos diretos por cada construção, e outros 600 postos de trabalho após início da produção de energia nas usinas, Roseane pontua que a prioridade das empresas será a contratação de mão-de-obra local e que espera uma leva de investimentos relacionados a capacitação profissional buscando a consolidação do novo mercado que se estrutura no Estado.
Fonte: O Povo