A Equatorial Energia entregou a microrrede de energia elétrica inteligente do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) para atender as demandas de energia durante operações do espaçoporto no Maranhão. O sistema provê mais autonomia e segurança e ainda gera energia limpa, o que diminui o uso de geradores a diesel usados como backup durante os lançamentos.
A construção da rede é resultado de um convênio entre a Equatorial e o CLA assinado em junho de 2020. Todo o projeto foi desenvolvido por meio do programa de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Equatorial Energia e Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), tendo o Instituto de Energia Elétrica (IEE) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) como parceiro tecnológico de desenvolvimento, e contando também com as parcerias da Força Aérea Brasileira (FAB), da Agência Espacial Brasileira (AEB), além da Enova Energia Solar, empresa provedora de soluções energéticas e sistemas de energia solar do Grupo Equatorial.
A rede elétrica inteligente gera energia solar e conta com 2.832 painéis solares de 445 Wp (Watt-pico). A usina fotovoltaica, implantada pela Enova, possui 1,25 MWp (Megawatt-pico), capaz de gerar 1.823 MWh de energia por ano. O projeto contempla também um sistema de armazenamento de energia, que conta com um sistema de baterias (BESS) de tecnologia de íons-lítio, que armazenam o triplo de energia, se comparada aos outros tipos de bateria, com potência instalada de 1MW e 1MWh de capacidade de armazenamento.
Além de fornecer resiliência e segurança, a implementação dessa rede também vai trazer o benefício de uma redução de 30 a 40% do consumo de energia mensal do CLA. Vale ressaltar que quando existem atividades de lançamento, há um aumento de 30% no consumo de energia elétrica, o equivale a cerca de 130.000 kWh de energia por mês, em decorrência da ativação das áreas operacionais, incluindo radares, receptores de telemedidas e sistemas meteorológicos, além da necessidade de se manterem os ambientes técnicos com condicionamento de ar acionado para evitar a degradação dos equipamentos desses locais.
“No caso da rede elétrica inteligente do CLA, contribuímos para a redução de impactos ambientais provenientes de combustíveis fósseis, como o diesel que era utilizado com frequência por meio dos geradores do CLA. Para se ter uma ideia, se tomarmos como base 14 horas de operação de lançamentos utilizando geradores a diesel, temos mais de 500 kg de CO2 (dióxido de carbono) lançados no meio ambiente”, pontuou o superintendente de Digital, Inovação e Projetos Estratégicos do Grupo Equatorial, Sergio Rodrigo.
“Essa iniciativa pioneira uniu entidades do setor espacial, do setor elétrico e da academia, proporcionando uma ação inovadora em região carente de infraestrutura. Graças à acolhida da Aeronáutica, via seu Estado-Maior (EMAER), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), viabilizou-se significativa melhoria na confiabilidade do suprimento de energia elétrica, via fonte alternativa de reduzido impacto ambiental”, afirmou o presidente da AEB, Carlos Moura.
Fonte: MundoGEO