Energia solar “fora do sistema” atende comunidades da Amazônia

Os sistemas off-grid beneficiam ribeirinhos, indígenas e quilombolas.

Energia solar “fora do sistema” atende comunidades da Amazônia

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A empresa brasileira Intelbras está levando soluções sustentáveis off-grid de energia solar para a população da Amazônia Legal, em sua maioria ribeirinhas, indígenas e quilombolas. A ação é realizada pela Energisa, por meio do programa do Governo Federal Mais Luz para a Amazônia, e vai possibilitar que moradores de regiões isoladas tenham acesso à energia elétrica.

Até o momento, um total de 1.368 unidades consumidoras já foram atendidas no estado do Acre, contemplando 10 municípios e beneficiando mais de 30 comunidades. A ação também visa contribuir para a redução da emissão de gases de efeito estufa, com a substituição de pequenos geradores de energia elétrica a diesel ou gasolina, que hoje são a única fonte de energia elétrica de algumas das famílias que vivem nessas regiões, além de incentivar o uso sustentável dos recursos da floresta amazônica. O gerador a diesel é altamente poluente, custoso e há riscos de manipulação do produto.

O projeto executado pela Intelbras é realizado pela Energisa – empresa responsável pela distribuição de energia elétrica na região – e tem como finalidade melhorar o fornecimento de energia solar à população residente em regiões remotas da Amazônia Legal, que, devido às características geográficas e ambientais, não são atendidas pela rede de distribuição elétrica convencional.

A Intelbras entrega nesses locais equipamentos do sistema off-grid, que, por serem autônomos, não necessitam de suporte da rede elétrica. As instalações são feitas por um parceiro certificado da Intelbras em áreas de difícil acesso, o qual também fica responsável por efetuar a manutenção desses equipamentos pelo período de quatro anos.

“Fazer parte do Programa Mais Luz para a Amazônia é um marco em nossa história. Junto com outros parceiros, estamos contribuindo para universalizar um bem essencial”, afirma Márcio Osli, diretor da unidade de energia solar da Intelbras. “Através das nossas soluções tecnológicas de energia solar, facilitamos o dia a dia de todos, levando energia elétrica às comunidades que vivem em regiões isoladas da Amazônia Legal e transformando assim, a vida de milhares de pessoas que até então tinham pouco ou nenhum acesso à luz”, completa.

Tecnologia auxiliando no desenvolvimento socioeconômico

Segundo análise feita pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), cerca de 1 milhão de brasileiros que vivem na Amazônia Legal não possuem energia elétrica. O estudo também mostra como a falta de energia atinge as diferentes demarcações territoriais: atualmente, em torno de 19% da população que vive em terras indígenas, 22% daqueles que residem em unidades de conservação e 10% dos assentados rurais estão sem acesso à energia elétrica.

A iniciativa da Intelbras, de levar mais luz para a Amazônia através da energia solar, é também uma forma de contribuir com a melhora da qualidade de vida na região, atendendo às principais necessidades da população.

Com acesso à energia elétrica, habitantes de regiões remotas podem realizar tarefas noturnas com mais facilidade e utilizar eletrodomésticos como geladeiras, por exemplo, armazenando alimentos com segurança. A energia elétrica favorece o desenvolvimento dessas regiões, tornando possível a construção de postos de saúde, que poderão armazenar vacinas e medicamentos, escolas e outros estabelecimentos.

Uma das moradoras da região, dona Luzia Quaresma, conta que a vida melhorou após conseguir acesso à energia elétrica. “Antes a gente pegava carne ou peixe e em três dias a comida estragava, e era derradeiro termos que comer para não perder. No instante que chegou a energia tudo melhorou, pois a geladeira funciona e não deixa estragar comida, e agora temos água gelada também”.

Outro ponto positivo é que, com a chegada da energia elétrica na região — ainda mais proveniente de uma matriz energética renovável como a solar –, não há mais necessidade de as pessoas abandonarem o local em que vivem para buscarem melhores condições de vida. Com os ganhos em infraestrutura, essas áreas podem receber serviços básicos como postos de saúde e escolas, que ficam a cargo das prefeituras e governo e promovem bem-estar aos moradores.

Esse programa tem um grande valor social, pois promove a inclusão. Além de permitir que as pessoas usufruam de coisas básicas, como a correta armazenagem de carnes e outros alimentos, também possibilita o acesso à educação e até geração de renda.

“Nosso compromisso é levar energia de qualidade, limpa e segura para essas pessoas que hoje têm pouco ou nenhum acesso à eletricidade. Por meio da geração de energia solar, estamos contribuindo com a melhoria da qualidade de vida de milhares de acreanos”, afirma o diretor-presidente da Energisa Acre, José Adriano Mendes Silva.

Para Carlos Coffone, diretor da One Engenharia, responsável pela instalação dos equipamentos na região, “devido às dificuldades de acesso às localidades para possíveis manutenções, é de suma importância contar com equipamentos eficientes e de alta qualidade nas instalações”. Também é disponibilizado o corpo técnico para suporte aos clientes.

Programa Mais Luz para a Amazônia
As unidades consumidoras atendidas pela Intelbras e Energisa estão localizadas no estado do Acre, e seguem a relação preparada pela distribuidora de energia que atua na região e do acordo realizado com o Ministério de Minas e Energia (MME) do Governo Federal.

Lançado em fevereiro de 2020, o programa Mais Luz para a Amazônia (MLA) tem o intuito de levar energia limpa e renovável a 70 mil famílias que vivem em áreas remotas da Amazônia Legal. A Energisa está presente no Acre desde 2018, onde desenvolve projetos que estimulam a descarbonização, impulsionam o desenvolvimento sustentável e promovem qualidade de vida para a população. A empresa também está à frente do maior projeto de desligamento de termelétricas, que pretende desativar cinco usinas no estado até 2025.

O MLA tem o compromisso de universalizar o acesso à energia elétrica das regiões remotas da Amazônia Legal e assim contribuir para o desenvolvimento socioeconômico dessas comunidades e para uma vida digna e saudável de toda a população da Amazônia.

Fonte: Ciclo Vivo

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