Mato Grosso do Sul é conhecido internacionalmente pela agropecuária, mas a produção de energia solar começa a ganhar mais espaço. As fazendas fotovoltaicas estão unindo produtores rurais, empresários, cidadãos preocupados com a natureza, empresas de tecnologia e até o Poder Público, além de gerar empregos. Toda energia produzida aqui pode ser distribuída para diferentes setores, compartilhada por cooperativas de associados em suas residências e até lançada na rede de abastecimento comum.
A fazenda fotovoltaica é uma usina solar de grande porte, geralmente localizada em áreas rurais, por precisar de grande espaço para instalação.
Atualmente, de acordo com o painel de Serviços de Energia Elétrica da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), no Estado estão ativos 2,9 mil empreendimentos de energia solar, sendo que mais de 11,8 mil kilowatts operadas e 3,4 milhões de kilowatts outorgados, ou seja, de capacidade de produção autorizada.
Segundo Germano Caires, presidente da Associação Sul- Mato-Grossense de Energia Solar Fotovoltaica, a tendência é que os investimentos nas usinas solares se potencializem. “Nosso estado está no cinturão de fogo, que é a melhor irradiação solar que a gente tem no Brasil. Então, a tendência é que cada vez mais investimentos de usinas fotovoltaicas cheguem”, destaca.
Outro ponto destacado por Germano é que os produtores rurais já estão atentos a essa demanda e, atualmente, são os maiores investidores. “O agronegócio tende a contribuir ainda mais para a sustentabilidade, investir em geração de energia limpa. O Estado hoje já está no top 10 de potência instalada, então, acredito que a nossa tendência é subir nesse ranking nos próximos anos”, defende.
O arquiteto Rafael Brunetto, de 31 anos, se interessou pela área de sustentabilidade ainda na faculdade. Hoje, ele trabalha em uma empresa que atende Rio Brilhante e Dourados, gerando 20 empregos diretos e indiretos. Além dos projetos de instalação, ele trabalha com os registros fotográficos das fazendas fotovoltaicas.
“Hoje temos um complexo fotovoltaico que gera cem por cento de toda a energia das duas escolas, uma escola de inglês e de uma faculdade com ensino EAD. Fico muito feliz em saber que contribuo para o futuro do planeta e para a economia dos meus clientes e que, dessa maneira, impactando de forma positiva na vida das pessoas”, relata Rafael.
Assinatura solar – É importante explicar que existem duas áreas de produção, que é a centralizada e a geração distribuída. Centralizada são as grandes contratadas pelo Governo Federal e estão ligadas no Sistema Nacional e é distribuída. Já a distribuída é o painel solar instalado nas casas ou nos terrenos, o que estamos chamando aqui de fazendas. E como essa fazenda vai beneficiar o cidadão que mora em um apartamento?
Já é possível consumir apenas energia limpa graças a essas fazendas de painéis solares. O Mato Grosso do Sul já conta com consórcios, onde qualquer pessoa pode se associar e ter a unidade consumidora vinculada. O engenheiro eletricista, especialista em energia renovável, Pablo Zucareli, reforça que homem e máquina precisam de eletricidade e os painéis serão essenciais para um futuro menos poluente.
“A gente está em um espaço muito amplo, com uma insolação entre as melhores, temos um índice de radiação muito positivo. Pensando um futuro não tão longe, em que veremos os carros elétricos no dia a dia, em que toda as pessoas vão aumentar o consumo, as fazendas solares vão ajudar muito a suprir as necessidades do futuro. Eu acho que esse futuro é muito próspero, além da parte sustentável”, projeta o especialista.
Eletricidade e sustentabilidade – Desde a lei estadual nº 5.807, de 16 de dezembro de 2021, que instituiu o MS Renovável (Programa Estadual de Incentivo ao Desenvolvimento das Fontes Renováveis de Produção de Energia Elétrica), o Estado trabalha na implantação ou ampliação de sistemas geradores de energia para alcançar o status de Carbono Neutro até 2030. Os beneficiados com o programa terão isenção tributária.
Dentro desse projeto, com investimento de R$ 80 milhões do Governo do Estado, a empresa HCC trabalha na instalação de sete fazendas, que vão alcançar 1,4 mil unidades consumidoras de baixa tensão no Mato Grosso do Sul.
Uma dessas fazendas está sendo construída perto do centro de Iguatemi, que fica a 412 km da Capital, e ter aproximadamente seis hectares.
Segundo a Seilog (Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística), a usina de 2,5 megawatts de potência vai gerar 5,6 mil megawatts por ano através de 5.980 módulos fotovoltaicos. “O Governo espera que até o final de 2024 as fazendas estejam em pleno funcionamento produzindo energia limpa e reforçando o pilar de um Estado Verde”, informou a pasta ao Campo Grande News.
Fonte: Campo Grande News