Mesmo com crescimento de renováveis, metas climáticas não serão atingidas sem interrupção no uso do carvão, diz AIE

Em um relatório especial, a Agência Internacional de Energia pediu "ação política imediata" para financiar o abandono do combustível, particularmente nas economias em desenvolvimento.

Mesmo com crescimento de renováveis, metas climáticas não serão atingidas sem interrupção no uso do carvão, diz AIE

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Se os países continuarem queimando carvão no ritmo atual, as emissões de dióxido de carbono dos ativos de energia a carvão existentes e da indústria levariam o mundo a ultrapassar o limite de aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. O alerta vem do novo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), publicado nesta terça-feira (15), que destaca a necessidade de os países se afastarem rapidamente da energia produzida pelo carvão para evitar impactos “ainda mais graves” das mudanças climáticas.

O relatório “Coal in Net Zero Transitions: Strategies for Rapid, Secure and People-Centred Change” sugere que a “esmagadora maioria” do atual consumo global de carvão ocorre em países que já se comprometeram com o zero líquido. Os analistas da AIE enfatizam que, longe de cair, a demanda global por carvão permaneceu estável em níveis quase recordes na última década.

O documento estima que, atualmente, existam cerca de 9.000 usinas a carvão em todo o mundo, representando 2.185 GW de capacidade.

“Mais de 95% do consumo mundial de carvão ocorre em países que se comprometeram a reduzir suas emissões para zero líquido. Mas, embora haja um impulso encorajador para a expansão da energia limpa nas respostas políticas de muitos governos à atual crise energética, um grande problema não resolvido é como lidar com a enorme quantidade de ativos de carvão existentes em todo o mundo”, apontou o diretor executivo da AIE, Fatih Birol, no relatório.

“As promessas de zero líquido cobrem 95% do consumo de carvão, portanto, a eliminação do carvão não é uma questão de ‘se’, mas ‘quando’ e como’. A IEA diz que o mundo deve parar de queimar carvão para eletricidade até 2040 para nos colocar no caminho de 1,5°C. Faltam 18 anos, então a questão aqui é planejamento e urgência”, apontou Dave Jones, líder global do think tank de energia Ember, em resposta às conclusões do novo relatório.

A AIE aponta que, em um cenário em que as atuais promessas climáticas nacionais fossem cumpridas, a produção das usinas a carvão existentes precisaria cair cerca de um terço entre 2021 e 2030, com 75% substituídas por energia solar e eólica. Para atingir as emissões líquidas zero até 2050 e limitar o aquecimento global a 1,5°C, o uso de carvão deve cair em 90%.

Fonte: Um Só Planeta

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