Minas Gerais terá projeto inovador de energia agrovoltaica

O projeto para a instalação do sistema agrovoltaico consiste na união da produção da agricultura e pecuária com a geração de energia solar.

Com o objetivo de diversificar a fonte de renda dos produtores rurais, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) está investindo em uma pesquisa voltada para a produção de energia solar consorciada com produtos agrícolas e pecuários. O primeiro grande projeto agrovoltaico do Brasil será implementado nas regiões Norte e Central do Estado. As regiões foram escolhidas pela maior incidência de luz solar.

De acordo com a pesquisadora da Epamig Norte, Polyanna Oliveira, o projeto para a instalação do sistema agrovoltaico consiste na união da produção da agricultura e pecuária com a geração de energia solar.

A combinação pode ser interessante por tornar mais eficiente e sustentável o uso da terra, além de gerar benefícios para o produtor rural. Se der certo, o projeto pode ser mais uma fonte de renda.

“Nosso objetivo é otimizar o uso da área, consorciando os painéis solares com a produção. Nas fazendas experimentais da Epamig, vamos elevar os painéis e plantar abaixo dele. Nossa ideia é que o produtor rural não precise escolher entre os painéis ou a agricultura e pecuária e, sim, ele poderá desenvolver as atividades em conjunto”.

Ações para produção de energia

As ações para a implementação do projeto já foram iniciadas. Primeiro, serão feitos cursos de capacitação com os técnicos e pesquisadores da Epamig.

Duas unidades da Epamig serão utilizadas para a pesquisa. Uma das unidades piloto será instalada no Norte de Minas, no Campo Experimental de Mocambinho, no município do Jaíba.

A segunda unidade estará no Campo Experimental de Santa Rita, em Prudente de Morais, região Central de Minas.

“As ações começaram agora em agosto. O treinamento dado às equipes das unidades do projeto-piloto foi feito pelo Fraunhofer Institute for Solar Energy Systems, com sede na Alemanha”.

Conforme Polyanna, a expectativa é que em sete meses os projetos-pilotos estejam totalmente instalados e em funcionamento.

“As nossas expectativas em relação ao projeto são muito positivas. Com ele, se tudo der certo, o produtor rural poderá diversificar a renda, vai continuar plantando ou desenvolvendo a pecuária e poderá, em conjunto, produzir energia”.

Conforme Polyanna, a pesquisa da Epamig tem o objetivo de estudar o comportamento das culturas junto ao sistema de produção de energia.

Somente após a conclusão, a tecnologia será repassada para os produtores.

Culturas que serão testadas

No Norte de Minas, a ideia é testar o uso dos painéis em consórcio com a fruticultura. Provavelmente, a geração de energia será feita juntamente com a produção de abacaxi, morango, melão e também grãos, como o feijão.

Já na região Central, a ideia é trabalhar com pastagem e bezerras de leite.

“No final da pesquisa, queremos entregar um modelo de negócio para o produtor rural, mostrando desde como ele pode implementar, o que precisará, até as culturas apropriadas. O projeto é bastante interessante, porque pode gerar renda o ano todo”, disse.

O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e tem apoio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD).

Fonte: Diário do Comércio

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