Ministros do G7 concordam em cortar consumo de gás e acelerar energia renovável

Representantes das sete nações mais ricas do mundo se reúnem para negociações sobre clima e energia no Japão.
Líderes do G7 em reunião no Reino Unido. Foto: Leon Neal / Equipe

O grupo das sete nações mais ricas do mundo – o G7, que inclui Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido – concordou em pedir a redução do consumo de gás e aumentar a eletricidade vinda de fontes renováveis, ao mesmo tempo em que eliminará os combustíveis fósseis mais rapidamente e não construirá novas usinas movidas a carvão, disse o ministro da Transição Energética da França neste sábado, reporta a Reuters.

Os ministros do meio ambiente e energia do G7, no entanto, não chegaram a um acordo sobre uma data específica para abandonar a energia a carvão, disse a francesa Agnes Pannier-Runacher a repórteres no primeiro dos dois dias de negociações sobre clima e energia em Sapporo, no norte do Japão.

“Os países do G7 concordaram que a primeira resposta à crise energética deve ser reduzir o consumo de energia e gás… Pela primeira vez, o G7 disse que devemos acelerar a eliminação gradual de todos os combustíveis fósseis inabaláveis… Finalmente, é uma mensagem sobre a aceleração da energia renovável”, disse Pannier-Runacher.

O G7 decidiu endossar uma meta para “aumentar drasticamente a eletricidade gerada por energias renováveis”, disse à Reuters uma pessoa com conhecimento das discussões separadamente, pedindo para não ser identificada porque a informação não é pública. Os ministros também parecem estar considerando metas numéricas para aumentar a capacidade de energia solar para pelo menos 1 terawatt e a capacidade de energia eólica offshore para 150 gigawatts até 2030, disse a fonte.

O Japão, pobre em energia, estava pressionando para que os investimentos permanecessem na indústria do gás, a fim de manter o gás natural liquefeito no mix de energia como combustível de transição, ganhando algum – mas não todo – apoio do restante do G7.

“Os imperativos do fornecimento de gás são apenas de curto prazo. Isso significa implicitamente que não podemos investir na exploração de novas capacidades de gás”, disse Pannier-Runacher, acrescentando que a energia nuclear é apoiada pelo G7 como uma “solução para a transição energética”, com segurança de abastecimento.

O evento também destacou a necessidade de ajudar os países emergentes a reduzir as emissões, inclusive por meio de financiamento. “Nós, o G7, precisamos não apenas reduzir nossas próprias emissões, mas também tomar ações concretas para alcançar reduções de emissões globalmente”, disse o ministro da Economia e Comércio do Japão, Yasutoshi Nishimura, em seu discurso de abertura, destacando os países do “Sul Global”.

Nishimura disse que os ministros gostariam de discutir maneiras de usar o financiamento para ajudar a reduzir o carbono nas chamadas indústrias “difíceis de reduzir”, que incluem produtos químicos, transporte marítimo e aço. “No financiamento climático, devemos fazer um acordo mais justo para o ‘Sul Global'”, disse o sultão Al Jaber, ministro da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados Árabes Unidos, em sessão fechada, de acordo com suas declarações vistas pela Reuters. “Os países desenvolvidos primeiro precisam cumprir a promessa de US$ 100 bilhões que fizeram aos países em desenvolvimento há mais de uma década”.

Fonte: Um Só Planeta

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