Multinacionais anunciam projeto de hidrogênio e amônia verdes na Bahia

Norueguesas Aker e Statkraft e alemã Sowitec pretendem desenvolver projeto de larga escala até 2027.

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RIO — As norueguesas Aker Clean Hydrogen e Statkraft e a empresa alemã Sowitec anunciaram na terça-feira (26/4) um acordo de cooperação para desenvolvimento conjunto de um projeto híbrido de larga escala que combine geração de energia renovável e produção de hidrogênio e amônia verdes, na Bahia.

Previsto para entrar em operação em 2027, o projeto visa a atender à indústria brasileira de fertilizantes. A ideia é que a amônia cinza, de origem fóssil, seja substituída pelo produto verde.

Quem são as empresas envolvidas no projeto:

Aker Clean Hydrogen: empresa especializada em hidrogênio limpo, controlada pela Aker Horizons, do tradicional grupo industrial norueguês Aker;
Statkraft: uma das principais geradoras de energia renovável da Europa e que atua com hidrelétricas, energias eólica, solar e biomassa;
Sowitec: empresa de geração de energia renovável que possui 8 GW de projetos eólicos e solares no Brasil, entre ativos instalados ou em construção.

O anúncio também incluiu uma parceria entre a Aker e Statkraft em projetos de hidrogênio verde (H2V) na Índia, onde o energético será direcionado para descarbonizar a produção de aço no país asiático.

Brasil é dependente de fertilizantes importados
O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, sendo responsável por cerca de 8% da demanda global. Atualmente, o país importa mais de 85% de tudo que consome, com destaque para os fertilizantes nitrogenados, como a amônia cinza, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

No mês passado, o governo federal lançou o Plano Nacional de Fertilizantes, que busca melhorar o ambiente de negócios para atrair investimentos estrangeiros no setor e aumentar a produção brasileira de fertilizantes.

A Aker acredita que a substituição da amônia cinza por amônia verde, produzida localmente, contribuirá para a descarbonização do agronegócio brasileiro e para reduzir a dependência das importações.

“Tanto a Índia quanto o Brasil são grandes consumidores de hidrogênio, têm políticas governamentais de apoio e se beneficiam de recursos de energia renovável de classe mundial, o que oferece oportunidades significativas para a produção de hidrogênio verde e amônia”, comentou o presidente da Aker Clean Hydrogen, Knut Nyborg, em nota.

Produção de amônia verde na Bahia

O projeto de amônia verde das companhias norueguesas é o segundo empreendimento do tipo anunciado na Bahia.

No ano passado, a Unigel — que arrendou a fábrica de fertilizantes da Petrobras em Camaçari (BA) — anunciou que irá construir uma unidade com capacidade de produção de mais de 600 toneladas de amônia verde por dia no estado.

A Unigel não divulga o valor do investimento. O governo da Bahia, contudo, estima em pelo menos R$1,4 bilhão os aportes necessários para desenvolver o projeto.

Ao contrário da Aker e Statkraft, o projeto da Unigel pretende, inicialmente, produzir amônia verde para exportação.

Em março, o governo da Bahia lançou o Plano para a Economia do Hidrogênio Verde, com o objetivo de promover a produção e comercialização do H2V.

Além da exportação da amônia verde e a utilização interna do produto na indústria de fertilizantes, o plano foca no uso do hidrogênio verde na Bahia para descarbonização do Polo Petroquímico de Camaçari.

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Paulo Guimarães, disse, em entrevista à agência epbr, que companhias como a Braskem e Basf, do Polo Petroquímico, além da Acelen, dona da Refinaria Mataripe (ex-RLAM), já são grandes consumidoras de hidrogênio de origem fóssil e de gás natural que poderiam ser substituídos pelo H2V.

Fonte: EPBR

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