O desafio ambiental da energia solar fotovoltaica: tecnologias para reciclagem de módulos fotovoltaicos
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Hoje queremos apresentar a vocês uma questão que vem causando muitas discussões no setor de energia solar. A recuperação de módulos fotovoltaicos!
No Brasil, a geração de energia elétrica por meio de sistemas fotovoltaicos cresce cada vez mais. Somente em 2020, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), houve aumento de, aproximadamente, 69% na capacidade instalada (ABSOLAR, 2021). Embora muitos acreditem que esse desafio não seja atual, já há indicativos de que a reciclagem de módulos fotovoltaicos vai ganhar cada vez mais relevância à medida que a tecnologia fotovoltaica se aprimora.
A Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), apontou em um estudo que aproximadamente 80 milhões de toneladas de resíduos de módulos fotovoltaicos devem ser descartados em todo o mundo até 2050. O valor estimado caso os materiais sejam totalmente reciclados e reinseridos na cadeia de produção é da ordem de US$ 15 bilhões (IRENA, 2016).
A vida útil dos módulos é estimada em torno de 25 anos, que é o período que os módulos têm garantia de gerar pelo menos 80% da potência nominal informada pelo fabricante, e no Brasil ainda não se tem módulos nestas condições, já que se trata de uma tecnologia recente.
Entretanto, variados eventos podem causar a substituição antecipada destes equipamentos, tais como questões climáticas, por exemplo ventos e enchentes, atualização tecnológica, visto que os equipamentos atuais geram até quatro vezes mais energia que os módulos utilizados quando a tecnologia começou a ser utilizada no Brasil, falhas e erros durante a instalação, danificação durante o transporte e descarte ainda em fábrica em casos em que os equipamentos não atendem os critérios de qualidade.
Os módulos fotovoltaicos são compostos, principalmente, por vidro, silício, prata, cobre e outros metais condutores que podem afetar o meio ambiente se forem descartados de maneira inadequada por processos de lixiviação.
Com o decreto nº 10.240/2020 assinado pelo Governo Federal, foi estabelecido que os fornecedores arquem com toda a logística reversa de produtos eletrônicos caseiros, inclusive módulos fotovoltaicos, disponibilizando pontos de coleta e, posteriormente, dando fim correto aos materiais recolhidos. Entretanto, o decreto contempla apenas os módulos domésticos, ou seja, no caso de geração distribuída. No caso das usinas de geração centralizada não há uma legislação específica de descomissionamento.
A geração centralizada já soma mais de 3 GW em operação, o que representa aproximadamente 2% da matriz elétrica nacional. Segundo projeções do Plano Decenal de Energia 2030, até o final da década o país deve ter 8 GW instalados, dobrando a participação da tecnologia na matriz elétrica (EPE, 2021).
Apesar disso, o grande potencial da expansão da energia fotovoltaica está na geração distribuída. Já são mais de 6 GW em operação nessa modalidade (ABSOLAR, 2021), podendo alcançar mais de 40 GW, em 2031 (EPE, 2021).
Dessa forma, buscamos trazer algumas informações importantes sobre a circularidade da cadeia produtiva dos módulos fotovoltaicos, além das oportunidades que esse segmento oferece, visto que as empresas que saírem na frente nessa questão de desenvolvimento de tecnologias para a recuperação e reinserção dos materiais na cadeia de produção terão larga vantagem na exploração desse nicho de mercado que ainda é pouco explorado no país.