Painel solar de dupla face gera mais energia e custa menos, diz estudo

Avanço feito em nova pesquisa sobre energia solar pode levar a uma produção mais barata e crucial para a descarbonização do planeta

A ciência está sempre em busca de avanços no campo da energia solar. A última descoberta foi com a construção de um painel de dupla face, que pesquisadores fabricaram com nanotubos de carbono de parede única como eletrodos frontais e traseiros. O estudo sobre os painéis está publicado na Nature Communications.

O curioso sobre esses nanotubos é que eles possuem apenas 2,2 nanômetros de diâmetro. Isso é um pouco mais fino que uma fita de DNA humano. Um pedaço de papel é mais grosso que 45 mil nanotubos empilhados uns sobre os outros.

O time que realizou o estudo continha cientistas do Instituto de Tecnologia Avançada de Surrey, no Reino Unido, junto a colegas da Universidade de Cambridge, da Academia Chinesa de Ciências, da Universidade Xidian e da Universidade de Zhengzhou, na China.

“Nossas células bifaciais podem coletar a luz solar dos painéis frontal e traseiro. Isso gera mais energia e depende menos do ângulo em que a luz as atinge”, explicou Jing Zhang, pesquisador do Instituto de Tecnologia Avançada de Surrey.

Zhang ainda acrescentou contexto: “Os nanotubos de carbono que usamos são muito transparentes e conduzem bem a eletricidade. Eles têm o potencial de trazer energia limpa ao alcance de milhões de pessoas – e estamos ansiosos para ver como nossa invenção será usada.”

Painéis solares com dupla face tem um potencial alto de gerar energia limpa

.Os painéis podem gerar mais de 36 megawatts por centímetro quadrado.
.Além disso, o painel traseiro produziu quase 97% da energia que o painel frontal produziu.
.Em outros painéis de dupla face que existem no mercado, o lado traseiro só consegue produzir algo dentro de 75% a 95% do que produz a parte frontal.

“O mundo não pode descarbonizar sem energia solar. No entanto, isso requer energia solar muito mais barata do que a disponível atualmente. Painéis que podem absorver a energia do sol em ambos os lados são uma ótima maneira para tornar a tecnologia mais econômica”, explicou Ravi Silva, professor e diretor no Instituto de Tecnologia de Surrey.

“Produzimos, sem dúvida, a célula solar de junção única de maior eficiência até o momento. Nossos painéis custam 70% menos para serem fabricados do que um painel solar unilateral normal. Isso poderia modificar significativamente o mercado e simplificar as arquiteturas exigidas com base em células solares de perovskita”, conclui Ravi.

Fonte: Olhar Digital

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