Panasonic revela detalhes da fábrica “verde” movida a hidrogênio e energia solar

"Se queremos ter 100% de energia renovável em 2030, precisamos começar agora”, diz executivo da área de "energia inteligente" da empresa.

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A Panasonic exibe atualmente uma fábrica “verde” que se tornou referência global. A unidade de Kusatsu, no município de Shiga, Japão, foi construída em 1969 para produzir itens como refrigeradores e máquinas de lavar roupa. Com as últimas adaptações, tornou-se uma vitrine para tecnologias limpas no setor industrial. Opera com uma combinação de energia solar e a hidrogênio, balanceada por um sistema com inteligência artificial. Em abril, começou a funcionar na fábrica uma instalação piloto, composta por um tanque de hidrogênio combustível, uma rede de células de hidrogênio, uma rede de painéis solares e baterias Megapack da Tesla para armazenamento da energia limpa gerada. Cerca de 80% da energia consumida na fábrica tem vindo das células de hidrogênio e 20% dos painéis solares. A operação deverá usar 120 toneladas de hidrogênio por ano.

“Esta é a primeira fábrica de sua categoria usando 100% de energia renovável”, diz Hiroshi Kinoshita, da Divisão de Sistemas de “Smart Energy” da Panasonic. “O mais importante para tornar mais ‘verdes’ os processos industriais é um sistema de energia integrado, incluindo baterias e energias renováveis como solar, eólica, a hidrogênio, e assim por diante”, afirmou Takamichi Ochi, executivo sênior para mudanças climáticas e energia na consultoria Deloitte Tohmatsu à CNBC. “O exemplo da Panasonic está perto de um sistema de energia ideal.”

As baterias são alimentadas durante a noite pela energia gerada nas células de hidrogênio. Durante o dia, o Sistema de Gestão de Energia (EMS), baseado em inteligência artificial, controla quanto a fábrica deve consumir de eletricidade fornecida pelas baterias ou pelos painéis solares (dependendo da incidência de luz solar no momento), a fim de minimizar tanto quanto possível a compra de energia da rede externa.

O sistema inteiro precisa de aprimoramento. A fábrica ainda depende de “hidrogênio cinza”, gerado a partir da queima de gás natural, um combustível fóssil. Esse combustível ainda precisa ser transportado desde Osaka, a 80 km de distância (o que significa mais uso de combustíveis fósseis, por enquanto). Ainda é muito mais caro gerar eletricidade no sistema limpo da fábrica do que comprar energia da rede.

A empresa considera possível baixar custos para a ordem de 20 ienes (75 centavos de real) por metro cúbico de hidrogênio, o que tornaria o sistema competitivo com a rede pública de energia. Outro passo importante é que Iwatani, fornecedora local, abriu um centro de pesquisa em Osaka e visa a produzir “hidrogênio verde”, sem consumo de combustíveis fósseis (a Iwatani tem uma parceira com a americana Chevron para abrir 30 postos de hidrogênio combustível na Califórnia até 2026).

A expectativa da Panasonic é que a meta do Japão de se tornar neutro em carbono até 2050 vai elevar a demanda por sistemas “verdes”. “Queremos começar algo assim, para estarmos prontos quando o custo do hidrogênio cair. Nossa mensagem é: se queremos ter 100% de energia renovável em 2030, precisamos começar algo assim agora, e não em 2030”, afirma Norihiko Kawamura, da Divisão de Sistemas de “Smart Energy” da Panasonic.

Fonte: Época Negócios

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