Primeira usina de energia solar da UFRGS gerou economia de R$ 263 mil em 10 meses

Estrutura abastece o campus do Litoral Norte e custeia parte do gasto energético da instituição em Porto Alegre.

Os primeiros meses de funcionamento da primeira usina fotovoltaica – que produz energia elétrica com a captação da luz solar – da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) atingiram um dos objetivos do investimento: reduzir o uso de recursos públicos. Isso porque, segundo a instituição, a estrutura foi capaz de economizar R$ 263.961,32 desde outubro de 2022, quando a operação começou.

A usina está localizada no campus do Litoral Norte, às margens da ERS-030, em Tramandaí. A inauguração oficial da estrutura ocorreu na tarde de quinta-feira (10), e contou com a participação da comunidade acadêmica, responsáveis pelo projeto e autoridades do poder público.

A usina fotovoltaica da UFRGS custou R$ 1,7 milhão, valor obtido por meio do Programa para Desenvolvimento em Energias Renováveis e Eficiência Energética na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (EnergIF) do Ministério da Educação (MEC).

O local abastece totalmente o Campus Litoral e o excedente da produção é convertido em créditos que reduzem o custo da energia consumida no campus da universidade no centro de Porto Alegre. Ou seja: por mês, desde outubro do ano passado, ela gera economia aos cofres públicos na casa dos R$ 26 mil.

— O tempo de retorno desse investimento vai ser em torno de oito anos. A usina vai durar no mínimo 25 anos, mas conheço algumas com 30 que estão em pleno funcionamento. Então, para os cofres públicos, serão praticamente 17 anos de economia de energia ou cerca de R$ 6 milhões — calcula Aline Pan, professora do curso de Engenharia de Gestão de Energia da UFRGS e coordenadora do projeto.

A usina tem capacidade de geração de aproximadamente 300 quilowatts-pico (kWp), por meio de um sistema de microgeração distribuída de energia elétrica obtido através do princípio fotovoltaico: há 996 módulos fotovoltaicos de silício, inversores de corrente elétrica (que transforma a energia solar para o uso nas residências), sistema de monitoramento e controle de dados e ainda sistema de monitoramento climático. As placas estão instaladas no pátio do campus e no telhado dos prédios.

Segundo Aline, existe a vontade de expandir a produção de energia também para outros prédios da UFRGS na Capital, mas, no momento, não há previsão de novo investimento.

— Se estamos buscando a transição energética, a sustentabilidade, devemos considerar todos os recursos. E a universidade, que ocupa uma grande área, pode ser produtiva. Podemos produzir energia de forma diversificada, não centralizando em um único dono, poder ou fonte — acrescenta a professora.

Além da economia e do impacto menor no meio ambiente, a instalação da usina em Tramandaí permite o uso como uma ferramenta acadêmica, afirma Felipe José Comunello, diretor-geral do campus. Segundo ele, a estrutura já beneficia alunos de diversos cursos oferecidos no local, como Engenharia de Gestão de Energia, Desenvolvimento Regional, Engenharia de Serviços, Geografia e Educação do Campo.

— A usina é um laboratório para os nossos estudantes. Todos eles podem vivenciar na prática a importância da energia renovável e vê-la em funcionamento. As universidades que possuem usinas fotovoltaicas podem pensar em projetos que estão na fronteira do desenvolvimento científico, como é o caso do hidrogênio verde. A geração da própria energia aqui vai nos possibilitar que outros projetos sustentáveis possam ser desenvolvidos — pontua.

Criado há nove anos, o campus da universidade federal em Tramandaí tem hoje 262 alunos nos cursos de graduação e 40 alunos na pós-graduação. O centro de ensino oferece formação em Ciências Biológicas (ênfases em Biologia Marinha e Costeira e em Gestão Ambiental e Costeira), bacharelado interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Regional, Engenharia de Gestão de Energia, Engenharia de Serviços, Geografia, Educação do Campo, além de cursos a distância em Ciências Sociais, Computação e Robótica Educativa, Geografia e Pedagogia.

Comunello acrescenta que ter a usina no local é um incentivador de práticas ecologicamente corretas para a comunidade acadêmica e a sociedade:

— Produzir a própria energia que consumimos é um fator de sustentabilidade muito importante. Aqui as pessoas de todas as idades e origens sociais poderão encontrar conhecimento e desenvolver suas perspectivas sobre o mundo que vivemos, que cada vez necessita mais de sustentabilidade, de redução da emissão de gases e de reversão das mudanças climáticas.

Fonte: GZH

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