Restos da estatal Ceitec serão base de plano nacional de semicondutores
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O governo pretende utilizar as sobras da estatal de chips Ceitec como base para a criação de um novo Plano Nacional de Desenvolvimento de Semicondutores. O interesse do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, é utilizar o conhecimento adquirido na estatal de produção de chips Ceitec para que o país não coloque os avanços feitos pela empresa em risco e também para buscar na quase impossível missão de tornar o Brasil menos dependente de chips importados para a produção de sua indústria.
A Ceitec chegou a desenvolver uma sala limpa, de alto investimento e que controla a suspensão de partículas no ar, necessária para desenvolver semicondutores. “Refazer este plano é muito relevante neste momento de crise no mundo. E como ficamos com as patentes do Ceitec, vamos unir a iniciativa a tecnologias como as de energia renovável”, afirmou o ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCIT), durante a sua participação no Mobile World Congress 2022, grande evento de telecomunicações, realizado em Barcelona.
Ainda no período em que o empresário Salim Mattar era responsável, no começo do governo, pela secretaria de desestatização, três estatais ligadas ao MCIT foram colocadas na fila para a privatização ou extinção: a fabricante de chips Ceitec, os Correios e empresa de telecomunicações Telebras. Pontes, no entanto, pediu para a Ceitec não ser desestatizada antes de seu corpo técnico e conhecimento ser absorvido pelo governo, para interesse público.
O objetivo seria focar especialmente em tecnologias utilizadas para energia renovável, como em painéis fotovoltaicos. “O Ceitec não fazia só o chip do boi (uma tecnologia de rastreamento de gado). Eu não liquidaria a empresa, mas a Economia decidiu assim e agora ela não está mais no MCIT”, disse Pontes. “Vamos voltar a atrair profissionais que perdemos no setor de semicondutores.”
Segundo o presidente da agência de promoção do software brasileiro Softex, Rubén Delgado, o desejo era de lançar o plano de semicondutores ainda no mês de março, antes de Pontes deixar o ministério para concorrer como deputado federal por São Paulo. Mas talvez não haverá tempo hábil para isso.
Fonte: Veja