Nesta 3ª Edição Especial da Revista 3S, nosso objetivo foi de reunir uma coleção de artigos que exploram perspectivas sobre as diversas opções para mitigar os impactos ambientais e promover um futuro mais sustentável, face ao evento climático que assolou o Rio Grande do Sul neste ano
Eventos climáticos extremos, como secas severas, enchentes e tempestades, têm atingido o Brasil com uma frequência cada vez maior, em razão das atividades humanas, que aumentam as emissões dos gases do efeito estufa (GEE), que potencializa o efeito estufa natural e alteram o clima do planeta.
As mudanças climáticas são transformações de longo prazo nos padrões de clima e temperatura, que podem ocorrer naturalmente, mas são amplamente aceleradas por atividades humanas desde o século XIX. A queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás, usada nos setores de transporte, energia e construção, é um dos principais fatores. Além disso, o desmatamento e os aterros sanitários contribuem significativamente para a liberação de dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4), agravando o aquecimento global. Essas ações humanas têm desempenhado um papel central no aumento das emissões de gases de efeito estufa.
A fim de reduzir as emissões de GEE, o mundo vem passando por um processo de transição energética, com o objetivo de substituir gradualmente os combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia, como energia eólica, solar, hídrica e até mesmo hidrogênio verde, limitando o aumento da temperatura média global em 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.
No caso do Brasil, o país conta com uma matriz energética diversificada, sendo que mais de 40% dela é considerada renovável (a mundial é apenas 14% renovável) e, desde 2012, quando a REN 482/2012 estabeleceu os critérios para a Geração Distribuída, já foram investidos mais de R$ 208 bilhões com a instalação de mais de 40 GW operacionais em energia solar fotovoltaica, evitando a emissão de mais de 53 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
Nesta edição, contamos com uma entrevista exclusiva com o Professor Dr. Rodrigo Paiva, representando o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que teve participação fundamental no combate e monitoramento das enchentes ocorridas em solo gaúcho.
Você também vai encontrar artigos comentando sobre os impactos causados pelas enchentes.
Confira um resumo de cada artigo desta edição:
Este artigo aborda a importância do teste de WET LEAKAGE da norma IEC 61215 para assegurar a durabilidade e a segurança dos módulos fotovoltaicos em ambientes de alta umidade. Destaca-se como esse teste é crucial em situações extremas, como as chuvas intensas e os alagamentos que recentemente devastaram várias cidades no Rio Grande do Sul.
As enchentes ocorridas em maio de 2024, no estado do Rio Grande do Sul, atingiram, tanto direta como indiretamente, cerca de 600 mil micros e pequenas empresas dos mais variados segmentos e regiões do estado. Desta forma, buscando auxiliá-los nas suas mais diferentes demandas, o Sebrae RS ofertou diversas ações focadas na reconstrução e retomada dos pequenos negócios gaúchos.
As mudanças climáticas são um fenômeno global amplificado pela atividade humana, especialmente pela queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás. Este aquecimento tem causado secas, tempestades severas, elevação do nível do mar e perda de biodiversidade. Para limitar o aquecimento global a 1,5 ºC até 2050, a participação de energias renováveis no mix global precisa crescer significativamente, o que exigirá investimentos cumulativos de US$ 150 trilhões até 2050. No entanto, essa transição enfrenta desafios, como a necessidade de diversificação tecnológica e o aumento da capacidade de energias renováveis. Apesar das dificuldades, a adoção de políticas eficazes e a inovação tecnológica são essenciais para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e garantir um futuro sustentável.
O INMET e a importância da rede meteorológica para o brasil – INMET
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) é uma instituição centenária, criada em 1909 e vinculada ao Ministério da Agricultura. Ao longo de sua trajetória, o Instituto passou por várias denominações, até o atual Instituto Nacional de Meteorologia (Lei 8.490, de 19 de novembro de 1992), órgão da administração direta do Ministério da Agricultura e Pecuária, o qual é o detentor da maior rede de observação do clima do Brasil.
As enchentes no Rio Grande do Sul em 2024 foram devastadoras, afetando mais de 470 cidades e resultando em mais de 170 mortes. As áreas impactadas incluíram as regiões dos vales dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Sinos, Gravataí, além de todo o delta do Guaíba em Porto Alegre e da Lagoa dos Patos em Pelotas e Rio Grande. A combinação de fortes chuvas, especialmente concentradas em cabeceiras de importantes bacias hidrográficas, ventos e umidade da Amazônia agravou a situação. Os impactos foram sentidos em amplas áreas geográficas e diversos ecossistemas sofreram perdas de fauna e flora em grandes proporções. Sem apontar culpados, ou indicar responsabilidades, os eventos de 2024 apontaram a urgente necessidade de coordenação de ações buscando a maior resiliência climática das nossas cidades e maior capacidade de enfrentamento de eventos climáticos extremos. A busca por uma maior cooperação entre entes públicos e sociedade civil é essencial para uma maior capacidade de alerta e resposta aos cada vez mais recorrentes desafios impostos pelos novos padrões climáticos.
O aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos desafia a resiliência de comunidades locais, tornando a capacidade de adaptação e resposta a esses eventos crucial para mitigar seus impactos, o que destaca a necessidade urgente de estratégias verdadeiramente sustentáveis de adaptação e mitigação para proteger comunidades vulneráveis.