Investimento global em transição energética supera US$ 2 tri em 2024

Eletromobilidade e renováveis impulsionaram o resultado recorde, mostra relatório da BNEF

O investimento global em transição energética cresceu 11% e atingiu volume recorde de US$ 2,1 trilhões em 2024, mostra relatório da Bloomberg New Energy Finance (BNEF). O resultado foi impulsionado pela eletromobilidade, energia renovável, redes elétricas e armazenamento de energia.

A eletrificação do transporte seguiu como o segmento que mais atraiu aportes, somando US$ 757 bilhões no ano passado. O valor inclui todos os tipos de veículos elétricos de estrada, como carros, motos e caminhões, infraestrutura de recarga e células de combustíveis.

Investimentos em energia renovável chegaram a US$ 728 bilhões em 2024, abrangendo projetos de geração eólica, solar, biocombustíveis, biomassa, geotérmica e hídrica de pequeno porte. As redes elétricas atraíram aportes de US$ 390 bilhões no último ano, incluindo linhas de transmissão e distribuição, equipamentos de subestações e a digitalização da rede.

Tecnologias maduras
De acordo com o relatório, tecnologias mais maduras, com produção escalável e modelos comerciais estabelecidos, como renováveis, armazenamento de energia, carros elétricos e redes elétricas, responderam pela vasta maioria dos investimentos em 2024. Esses setores atraíram US$ 1,93 trilhão, crescendo 14,7%.

Em contrapartida, investimentos em tecnologias emergentes, como aquecimento eletrificado, hidrogênio, captura e armazenamento de carbono, nuclear e descarbonização da indústria e navegação, somaram apenas US$ 155 bilhões, uma queda anual de 23%.

Na avaliação da BNEF, para dar maior escala a essas atividades, é necessário que a iniciativa pública e privada façam mais para reduzir os riscos dessas tecnologias, ou elas não produzirão qualquer impacto significativo na redução das emissões até o final da década.

China lidera
O maior mercado para investimentos em transição energética em 2024 foi a China, com US$ 818 bilhões, crescimento de 20% em relação ao ano anterior. Esse volume foi superior a soma dos aportes nos Estados Unidos e União Europeia, que registram US$ 338 bilhões e US$ 381 bilhões, respectivamente.

O estudo da BNEF indica que os investimentos em transição energética precisam manter uma média de US$ 5,6 trilhões por ano entre 2025 e 2030 para seguir em linha com as metas do Acordo de Paris.

Além dos aportes em transição energética, também será necessário gastar na cadeia de fornecimento, incluindo fábricas de equipamentos e produção de matéria-prima. Em 2024, esse investimento caiu para US$ 140 bilhões, mas deverá crescer para US$ 164 bilhões em 2025. Cerca de 60% do volume aportado na cadeia de fornecimento no ano passado foi direcionado para as bateiras, cuja fabricação é especialmente intensiva de capital.

Fonte: Portal Solar

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