Diferenças entre a Matriz energética e matriz elétrica

A sociedade usa energia para diversas atividades, proveniente da matriz energética.

A sociedade necessita de energia para transporte, preparo de refeições, acender a luz, utilizar eletrodomésticos, entre outros e toda essa energia vem de um conjunto de fontes, denominado matriz energética, que é a representação do grupo de fontes utilizadas para atender a demanda por energia, de uma nação ou do mundo.

O que você vai encontrar neste post:

No entanto, existe uma pequena confusão entre matriz energética e matriz elétrica. Enquanto que a primeira representa o grupo de fontes de energia utilizadas para transporte, alimentação e geração de energia elétrica. Já a matriz elétrica é formada apenas pelas fontes para produção de energia elétrica, de modo que a matriz elétrica integra a matriz energética.

Matriz energética

A matriz energética do mundo é composta, principalmente, por fontes não renováveis, como petróleo, carvão e gás natural, como mostrado na Figura 1.

As fontes renováveis como eólica e solar correspondem por apenas 2,7% da matriz, representadas como “Outros”, na Figura 1. Considerando outras renováveis (hidráulica e biomassa), o percentual sobe para aproximadamente 15%.

A título de comparação, as fontes renováveis respondem por aproximadamente metade da matriz energética brasileira (aproximadamente 48%). Na Figura 2 é possível observar a matriz energética do Brasil.

Como observado, a matriz energética brasileira é consideravelmente mais renovável que a matriz mundial. Essa característica é muito benéfica, pois as fontes não renováveis contribuem fortemente para a emissão de gases do efeito estufa (GEE). No caso do Brasil, as emissões de GEE por habitante são menores que em diversos países, uma vez que nossa matriz é composta por uma grande parcela de fontes renováveis, que emitem menos poluentes durante o processo de produção de energia.

Matriz elétrica

A matriz elétrica é formada por fontes responsáveis apenas pela produção de energia elétrica no mundo, em um país ou estado. No nosso cotidiano, usamos a energia elétrica para utilizarmos eletrodomésticos, carregar nossos celulares, entre tantas outras finalidades.

Com relação a matriz elétrica mundial, assim como a matriz energética, as fontes não renováveis de energia são predominantes, baseada principalmente em combustíveis fósseis, como gás natural e carvão, utilizados em termelétricas. A matriz elétrica mundial é apresentada na Figura 3.

Por outro lado, a matriz elétrica brasileira é composta majoritariamente por fontes renováveis, lideradas pela fonte hidráulica, uma vez que o país é um grande usuário de usinas hidrelétricas, representando 61,9% da matriz. As fontes eólica e solar também vem ganhando bastante destaque nos últimos anos e vem aumentando sua participação na matriz, que é apresentada na Figura 4.

É importante observar que a fonte solar está considerando também a potência instalada a partir da Geração Distribuída (GD), que é a geração de energia por sistemas fotovoltaicos instalados em telhados de casas e indústrias, estacionamentos, etc. A GD vem se popularizando no país desde 2012, quando houve a regulação do mercado por meio de uma resolução normativa (REN 482/2012) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Comparando as matrizes elétricas mundial e brasileira, nota-se o caráter renovável bastante presente na matriz brasileira, que tem aproximadamente 85% a partir de fontes renováveis, enquanto que na matriz mundial esse percentual é próximo a 28%.

Transição energética no Brasil

Por conta do caráter mais renovável da matriz elétrica brasileira, as emissões de GEE não estão concentradas no setor de energia elétrica, porém, é possível notar possibilidades de melhoria nos setores de transporte e combustíveis. O Brasil, historicamente, possui uma dependência das fontes tradicionais de energia, como hidrelétricas e combustíveis fósseis.

No entanto, nos últimos anos vem sendo realizados esforços para impulsionar a diversificação da matriz energética,  principalmente devido à preocupação ambiental e maior segurança energética.

Algumas das principais iniciativas relacionadas à transição energética no Brasil incluem:

  • Energias renováveis: O Brasil possui um grande potencial para produção energia renovável, incluindo solar, eólica, biomassa e hidrelétrica. Nos últimos anos, vem ocorrendo um aumento significativo na capacidade instalada de energia eólica e solar, impulsionado por políticas de incentivo e redução de custos tecnológicos.
  • Biocombustíveis: O Brasil é líder mundial na produção de biocombustíveis, especialmente etanol derivado da cana-de-açúcar. O etanol é amplamente utilizado como combustível veicular, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e as emissões de GEE. O Brasil ainda conta com a Política Nacional dos Biocombustíveis, conhecida como RenovaBio. Desde 2019 estão valendo as metas nacionais anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, para incentivar o aumento da produção e da participação de biocombustíveis na matriz energética de transportes do país.
  • Eficiência Energética: Melhorar a eficiência no uso de energia é uma parte importante para a transição energética, pois inclui medidas como atualização de infraestrutura, adoção de tecnologias mais eficientes e conscientização sobre o consumo mais responsável de energia.
  • Legislação e Políticas Públicas: O governo brasileiro vem implementando políticas e regulamentações para promover e impulsionar a transição energética, incluindo metas de energia renovável, leis de eficiência energética e incentivos fiscais para investimentos em energia renovável.

A transição energética é um processo que depende de diversos fatores, envolvendo uma mudança fundamental na forma como o país produz, distribui e consome sua energia, com o objetivo de garantir um futuro mais sustentável e resiliente.

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